Essa velha máxima muito usada pelos médicos é não só verdadeira como a melhor forma de evitar danos importantes ao organismos com maior sofrimento ao paciente e piora correlata na qualidade de vida. Além desse aspecto individual e relevante – cada indivíduo sente a mesma dor de formas diferentes – o custo econômico do tratamento das doenças crônicas mais comuns vem aumentando de modo geométrico, especialmente com as mais novas tecnologias, causa de mais stress e processos envolvendo o sistema único de saúde (SUS), hospitais e convênios. E, se o paciente por acaso bancar do próprio bolso, pode encontrar-se num processo altamente custoso, arruinando sua vida financeira e gerando stress adicional à situação. Um mês numa UTI privada custa um apartamento de porte médio em bairro de classe média, de uma forma bem geral.
Uma situação que gera muito artigo de jornal: os novos tratamentos do câncer e seu considerável grau de efetividade, melhorando qualidade de vida, dando dignidade e tempo de vida quando não cura. Esses tratamentos que literalmente explodiram a partir de 2015, sendo uma boa explosão, são baseados em diversas técnicas celulares e moleculares, usando manipulação genética, por exemplo. Inclui uso de anticorpos monoclonais contra alvos determinados, imunomodulação usando a mesma técnica ou por injeção de células imunológicas do próprio paciente a fim de estimular a imunidade contra as células cancerosas. Essas técnicas recentes mudaram a oncologia, doenças com três meses de sobrevida média, como o melanoma cutâneo avançado, passaram a ter quatro ou cinco anos de sobrevida com excelente qualidade de vida. E estamos apenas no começo. Esses medicamentos não valem para as formas iniciais do melanoma cutâneo que quando detectadas precocemente levam a até 95 % de cura com tratamento cirúrgico e acompanhamento dermatológico criterioso– importância da revisão dermatológica de rotina, especialmente nos pacientes com história familiar ou muitos sinais.
Infelizmente, há alguns importantes porém. Por exemplo, por questões genéticas ou não bem reconhecidas, nem todos os pacientes respondem de maneira curativa e alguns não respondem nada. Outros respondem, mas não toleram os efeitos colaterais, situação comum a todo medicamento ou procedimento médico, tendo de abandonar o tratamento. O câncer não é uma situação fixa, ele é geneticamente muito ativo, levando a progressão e, infelizmente evoluindo para uma forma não responsiva pelo mesmo mecanismo de seleção genética descrita por Darwin no século XIX. E, por último, mas não menos relevante, o custo financeiro proibitivo a maioria dos mortais. Um tratamento atual de um anos custa, em média, de duzentos mil dólares a um milhão de dólares. Ou mais. Por todos esses fatores, esse tipo de tratamento é reservado a pacientes com diagnóstico de melanoma na sua fase mais avançada com metástases disseminadas.
Mas vamos olhar por outro lado. Essa nova tecnologia é realmente nova: iniciou-se de rotina há menos de dez anos, evolui rapidamente e vem diminuindo os custos ano a ano. E cada ano de sobrevida, agregam-se mais de 20 novas substâncias usadas apenas no tratamento do melanoma de pele. Mas a forma mais barata, menos agressiva e com melhores resultados ainda é o exame rotineiro, o uso da dermatoscopia, inventada nos anos 70, as conhecidas e úteis medidas e bons hábitos de usar o sol (sem excesso) e, nos casos positivos, o tratamento cirúrgico precoce. Aqui, a Dermatologia Ortomolecular pode ser muito relevante. O mecanismo de formação dos cânceres cutâneos, incluindo o melanoma, envolve principalmente sol (radiação ultravioleta) numa pele sensível e com alguns fatores geneticamente herdados. Lembrar que genética não é sentença de tudo – ela é um fator de risco que necessariamente deve estar associado a outros fatores imunológicos e adquiridos para se desenvolver e formar um câncer. Não culpe pai e mãe por todos os seus problemas! E como a radiação ultravioleta lesão DNA das células da pele? Pela formação dos radicais livres que danificam o DNA do núcleo das células, levando à mutação que, se não corrigida e junto a outros fatores, pode culminar nesse tipo de câncer. A abordagem ortomolecular junta a outras medidas é importante na modulação e prevenção ao dano ao DNA causado pelos raios UV através dos radicais livres.
A forma de abordagem da Dermatologia Ortomolecular, lenta e abrangente, permitindo a troca de ideias e a educação do paciente, leva a maior participação dele, resultando e soluções mais satisfatórias e podendo inclusive impedir a formação não só de um provável futuro câncer, mas de muitas outras situações e doenças.